Projeto ARES
Pesquisadores criam sensor para monitoramento de qualidade do ar em escolas municipais
O monitoramento de qualidade do ar de escolas municipais é o objetivo do projeto ARES, desenvolvido pelo professor do IFSULDEMINAS – Campus Passos, João Paulo de Toledo Gomes, durante o programa de doutorado em Tecnologia Ambiental da Unaerp (Ribeirão Preto/SP), em parceria com a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, a Universidade de Bath (Inglaterra), a Universidade Fernando Pessoa e a Universidade do Porto (Portugal).
Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o projeto, iniciado em Portugal com o nome “School Air”, é desenvolvido de forma complementar ao Programa Verdejamento nas Escolas de Ribeirão Preto, uma iniciativa das Secretarias Municipais de Educação e do Meio Ambiente que busca a revegetação de áreas verdes nas escolas e, dessa maneira, melhorar o conforto térmico nas escolas e em seu entorno.
Para o monitoramento, os pesquisadores desenvolveram sensores de baixo custo que avaliam, em tempo real, aspectos como a concentração de CO₂, dióxido de carbono; a presença de materiais particulados como poeira; temperatura; pressão; umidade relativa e compostos orgânicos voláteis, além da identificação de partículas virais como a SARS-CoV-2, a Covid-19.
Os sensores foram instalados no IFSULDEMINAS – Campus Passos, e na EMEF Profª Dercy Célia Seixas Ferrari (em Ribeirão Preto). A medição é feita a cada 30 segundos e pode ser acompanhada em uma plataforma on-line e, futuramente, por meio de um aplicativo de celular, proporcionando autonomia de monitoramento do ar do ambiente para professores e alunos, por exemplo.
“Nosso objetivo é estudar o comportamento do clima, até mesmo em razão do momento em que estamos vivendo, meio descompensado, com muito calor e chuvas excessivas. Vamos trabalhar de forma coletiva nas escolas, estudando a questão do verdejamento, com a ampliação da arborização nesses locais e, então, verificarmos se há uma redução de temperatura”, ressaltou João Paulo.
Segundo o professor e pesquisador Murilo Daniel de Mello Innocentini, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental, “a qualidade do ar de Ribeirão Preto, atualmente, é medida em um único ponto, na região central, como se todos os lugares fossem representados e sabemos que não é. Dessa forma, o projeto traz uma ferramenta acessível para que as cidades possam planejar o seu crescimento, de forma urbanística, arquitetônica e ambiental”.
AMPLIAÇÃO DO PROJETO
Inicialmente implantado em escolas, o protótipo também pode ser utilizado para monitorar a qualidade do ar em qualquer ambiente, como hospitais e indústrias. Além disso, outra vertente da iniciativa interdisciplinar, por meio da parceria com a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, é a conscientização sobre a qualidade do ar e questões climáticas, com a distribuição de cartilha educativas em escolas.
A Prefeitura Municipal de Passos também já sinalizou apoio e, segundo João Paulo, em breve irão inserir as escolas municipais no projeto e logo serão adquiridos mais sensores para incrementar o projeto no campus e na cidade. Além disso, o Campus Passos trabalha atualmente com um projeto de extensão, que é fruto do projeto ARES. Coordenado pela professora Janaína Faustino Leite, ele visa o desenvolvimento de um aplicativo baseado na extração dos dados dos sensores instalados na instituição. "Nosso bolsista tem trabalhado em um hardware sensor de baixo custo no conceito de IoT usando softwares open source para monitorar o comportamento do CO2 e dos materiais particulados no ambiente escolar e apresentar um relatório às escolas participantes quanto às concentrações desses poluentes no interior das salas de aula. A partir disso, será possível comparar com as concentrações externas e com dados disponibilizados de estações meteorológicas usando a Inteligência Artificial (IA) para sugerir eventuais melhorias de ventilação do ambiente", revelou Janaína.
O ARES promete não só avançar com o incremento de IA na análise dos dados dos sensores mas também "proporcionar projetos de extensão para educação ambiental das escolas municipais de ensino fundamental", destacou João Paulo.
Além dos professores do IFSULDEMINAS, o projeto é conduzido também pelos professores e pesquisadores Murilo Daniel de Mello Innocentini, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental; José Guilherme Pascoal de Souza, coordenador do curso de Engenharia Química; Edson Salerno Junior, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo; Carlos Eduardo Formigoni; do curso de Engenharia de Computação; Rachel Passos de Oliveira Santos, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental; e Nelson Augusto Cruz de Azevedo Barros, Pedro Miguel Alves Sobral e Rui Jorge da Silva Moreira, da Universidade Fernando Pessoa, além do pós-doutorando em Tecnologia Ambiental, Nilo Henrique Meira Fortes.
Com informações da Unaerp
Revisão: Ascom Passos
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